terça-feira, março 08, 2005

O Dia Delas...

Fazer simples homenagem é pouco.
As mulheres que me perdoem mas hoje acordei escasso. Escasso de idéias, escasso de inspiração, escasso no coração.Perdão.
É claro que tudo isso não passa de devaneios, já que ao falar do que não tenho pra falar já seria falar de algo e assim teríamos um texto estética e claramente viável. Ora, por que não?
Poderia falar do amor que todo homem sente pela mãe na sua infância. O amor puro. O amor de criança.
Falaria então do primeiro amor duma criança. Amor puro. Depois pularia para os efêmeros amores adolescentes. Aqueles sem nenhum compromisso e então falaria do eterno amor. Amor puro.
Diria que todo grande amor só é bem grande se for triste.
Mas então pararia de falar de amor, para tudo não ficar muito romântico. Poderia até usar de clichês. Sim! Clichês! "Antes a lágrima dum amor perdido do que o pranto de nunca ter amado." Não! Seria muito clichê.
Falarei então das mulheres logo.
Mas já disse que acordei escasso. Acordei escasso porque ainda não acordei. Acordo sem acordar. Abri os olhos, eu lembro, fiz o que tinha de fazer, mas estava dormindo. Estou dormindo.
Fica então combinado que no dia vinte e seis de agosto eu falarei das mulheres. Deixe-mos este dia oito para todos. Vinte seis de agosto é dia de alguma coisa? Ótimo então! Será o meu dia das mulheres. Não será mais internacional. Será meu. O meu dia das mulheres.
Nada de celebrar o dia delas numa data em que um bocado delas mesmas morreu corajosamente. Sim, morreram.São lembradas até hoje. Mas só hoje. Por isso escolho além de agosto, todos os dias vinte e seis dos doze meses do ano. Aliás. Os dias doze e vinte e seis de todos os meses.
Não vou me ater a tal discussão.
Falávamos do amor? Das mulheres? Dos homens? Falemos de ninguém. Fiquemos em silêncio, porque o silêncio é a palavra mais sincera. Sejamos sinceros. Pelo menos hoje, agora. Percamos o medo.
Desculpem-me se estou escasso hoje. Mas é que hoje acordei escasso. Desconsiderem tudo que disse ou disser, porque hoje estou escasso.
Escasso. Escassado. Escassoado. Ecassatado. Não! Nada de criar palavras.
Perdoem-me, mulheres! Se não lhes bem disse as doçuras. Se não exaltei as delicadezas. Se não admirei a força, a raça. Perdoem-me se me esqueci.
Já disseram uma vez que não se pode escrever daquilo que não se entende e sim daquilo que se sente. Não as entendo mas sinto. Tento sentir. Por isso não ecrevo.
Por isso hoje no dia Delas estou escasso. Que esta escassez se transforme em abundância.
Mas isso eu passo para o dia vinte e seis de agosto.
Para Joana Francesca, Rita, Carolina, Lígia, Clarice, Luíza, Rosa, Maria, Marina ou Madalena...
Ouvindo Por Toda a Minha Vida com Mônica Salmaso: "Ah... Meu bem amado quero fazer-te um juramento uma canção... Eu prometo por toda a minha vida ser somente tua e amarte como nunca...Ninguém jamais amou ninguém..."