Pedaços de Conto/Desabafo
mas eu não sou seu filho, moço
pensamento reprimido do dia
pensamento reprimido do dia
A manhã
Foi então que acabei dormindo muito tarde e não elaborei meu super plano de acordar mais cedo. Resultado: acordei mais tarde de todo jeito e fiquei com sono o dia inteiro.
Dêu-se que ao entrar no ônibus de manhã, para meu puro deleite, vi alguns lugares vagos.
O dia começava bem, apesar do fato de uma outra vizinha ter vindo brigar comigo porque o tal do Honda Civic, de alguém que estava em casa, que estava parado na frente de duas garagens. Deixei a doida falando e fui chamar o cara/dono que já vinha, acordado pela campainha, já sabendo do mal feito.
Sento, abro meu livro. O ônibus quebra antes de chegar na Francisco Morato.
O caminho para o inferno fica mais longo.
Dêu-se que ao entrar no ônibus de manhã, para meu puro deleite, vi alguns lugares vagos.
O dia começava bem, apesar do fato de uma outra vizinha ter vindo brigar comigo porque o tal do Honda Civic, de alguém que estava em casa, que estava parado na frente de duas garagens. Deixei a doida falando e fui chamar o cara/dono que já vinha, acordado pela campainha, já sabendo do mal feito.
Sento, abro meu livro. O ônibus quebra antes de chegar na Francisco Morato.
O caminho para o inferno fica mais longo.
O banco
"Ele não veio?" perguntei.
"É! Mas retirada de cartão é aqui mesmo. Pode esperar aqui."
O homem atrás da mesa abre meu envelope que deveria ter sido endereçado para minha casa.
Pega meu cartão "Bonitos esses cartões universitários"
"O quê?" penso.
Ele me explica. Pelo jeito que fala, acha que é o primeiro banco no qual abro uma conta.
"Escuta! Você que é jovem, evita emprestar cheques para amigos" para evitar maiores danos no meu dia, concordo com o homem de fala serena mas com ares de atordoado. O horário do almoço se aproximava.
Concordo, mas não confirmo. Concordo, mas não adiciono.
"Cartão de crédito também. Tem que ter um certo controle, né?"
Amistoso demais. A esposa deve ter acabado com o limite dele. Olho para a mão esquerda. Aliança.
Batata. Fala mansa mas nervosa, muitos conselhos sobre dinheiro. Um casado legítimo.
"A gente que trabalha em banco sabe dessas coisas, né?" continua " Minha esposa por exemplo." Sabia! "Adora um cartão de crédito, mas eu sempre falo pra ela..."
Intuição afiada no dia. Telefone toca. Ele mexe no computador, fala ao telefone e conversa com uma homem estranho que acabara de chegar com alguns muitos cheques.
"Me diz" pergunto "Esse cartão é internacional?"
"Sabe que eu não sei. Por quê? Você viaja muito?"
Tento ser pragmático para manter minha segunda-feira, o eixo sentimental de toda a semana, tranqüila
"Compras pela internet" explico
"Você pe pegou agora, hein! Mas eu acho que é sim!" o cartão que ainda está longe de mim, mas posso ver bem grande escrito "International".
"Qualquer coisa, liga nesse telefone. Vem cá! Não quer fazer uma plano de..."
É quando meu cérebro se fecha e só emite dois sinais de fala "Hoje não"
Ele insiste, mas eu sou mais forte "Hoje não"
Depois de umas três tentativas e uma série de afirmações do tipo "Se eu tivesse a sua idade" ou "Porque na minha época..." ou "Sabe que você me lembra meu filho? E sempre falo pra ele..."
Meu cérebro se fecha novamente emitindo apenas o sinal de sorriso no canto da boca para parecer cordial.
Decepcionado, o homem desiste. Despeço-me e vou embora.
"Próximo" diz ele.
E vou ter meu dia...
"É! Mas retirada de cartão é aqui mesmo. Pode esperar aqui."
O homem atrás da mesa abre meu envelope que deveria ter sido endereçado para minha casa.
Pega meu cartão "Bonitos esses cartões universitários"
"O quê?" penso.
Ele me explica. Pelo jeito que fala, acha que é o primeiro banco no qual abro uma conta.
"Escuta! Você que é jovem, evita emprestar cheques para amigos" para evitar maiores danos no meu dia, concordo com o homem de fala serena mas com ares de atordoado. O horário do almoço se aproximava.
Concordo, mas não confirmo. Concordo, mas não adiciono.
"Cartão de crédito também. Tem que ter um certo controle, né?"
Amistoso demais. A esposa deve ter acabado com o limite dele. Olho para a mão esquerda. Aliança.
Batata. Fala mansa mas nervosa, muitos conselhos sobre dinheiro. Um casado legítimo.
"A gente que trabalha em banco sabe dessas coisas, né?" continua " Minha esposa por exemplo." Sabia! "Adora um cartão de crédito, mas eu sempre falo pra ela..."
Intuição afiada no dia. Telefone toca. Ele mexe no computador, fala ao telefone e conversa com uma homem estranho que acabara de chegar com alguns muitos cheques.
"Me diz" pergunto "Esse cartão é internacional?"
"Sabe que eu não sei. Por quê? Você viaja muito?"
Tento ser pragmático para manter minha segunda-feira, o eixo sentimental de toda a semana, tranqüila
"Compras pela internet" explico
"Você pe pegou agora, hein! Mas eu acho que é sim!" o cartão que ainda está longe de mim, mas posso ver bem grande escrito "International".
"Qualquer coisa, liga nesse telefone. Vem cá! Não quer fazer uma plano de..."
É quando meu cérebro se fecha e só emite dois sinais de fala "Hoje não"
Ele insiste, mas eu sou mais forte "Hoje não"
Depois de umas três tentativas e uma série de afirmações do tipo "Se eu tivesse a sua idade" ou "Porque na minha época..." ou "Sabe que você me lembra meu filho? E sempre falo pra ele..."
Meu cérebro se fecha novamente emitindo apenas o sinal de sorriso no canto da boca para parecer cordial.
Decepcionado, o homem desiste. Despeço-me e vou embora.
"Próximo" diz ele.
E vou ter meu dia...
Ouvindo "20 Anos Blue" com Elis Regina:
"Ontem de manha, quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blues"
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blues"
Ouça aqui!
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