L'amour de Claire
ou
Lamú di clé
ou
O Amor de Clara
Maria Clara não estava lá. O professor dizia
"Repeat, Mary Claire! Repeat!" mas ela não repetia. Seguia olhando com jeito de quem não sabe bem o que faz na hora em que todos eperam que se faça algo. Caiu em si e disse olhando para o livro que o professor segurava
"I don't know". O professor, constrangido, perguntou à menina
"Are you ok, Mary Claire?"
"Yes" repondeu com um sorriso envergonhado, evitando os olhares fortuitos dos colegas, e assim findando suas únicas opções de resposta que aprendera até então. Não entendia bem o sentido das duas, mas sabia que ambas trariam à face do professor uma certa expressão de satisfação, ou mesmo desistência, traduzida para muitos também como satisfação. Na outra aula não compareceu. E nem na outra.
Voltou certo dia. Sentou-se na cadeira, ao passo que já perguntava o professor "Marie Claire! Are you ok?"
Maria Clara, que até hoje não entendia bem porque seu professor insistia em chamá-la por um outro nome, respondeu com o mesmo sorriso "Yes".
O professor, vendo que alguma coisa estava errada insistiu "Are you ok, Maria Clara?"
Ao ouvir seu nome, levantou-se quase que de um susto. Mais uma vez não estava alí.
Estava em outro lugar. Verdade era que Maria Clara pensava só numa coisa. Gustavo.
Era o nome que vinha em sua mente. E aqueles últimos dias não haviam sido nada alegres para a menina. Não sabia ao certo o que sentia, mas sabia que era algo novo, totalmente novo. Apaixonou-se por Gustavo no instante em que o viu. Sentara à sua frente na sala de aula, e desde então Maria Clara só teve olhos para ele. Quanto mais o conhecia, mais apaixonada ficava. E viraram amigos, e dessa amizade, corroía dentro do coração de Maria Clara um amor febril. Um amor sutil.
Daqueles que te pegam desprevinidos e te fazem suspirar sem motivo. Olhar pruma árvore e sentir vontade de abraçá-la. Daqueles que te fazem esboçar leve sorriso no canto da boca e sentir o vento no rosto sem se preocupar se os cabelos desarrumados vão ficar. Mas Gustavo, esse não se sabia se sentia algo ou não.
Aconteceeu que Maria Clara amou tanto que certo dia ficou doente. Faltou à ecola, e às aulas de inglês. Ninguém sabia ao certo o que se passava com a menina, nem mesmo ela, face à novidade. Sua mãe dava-lhe dos mais variados remédios e nada da menina melhorar.
Foi quando, no segundo dia, Gustavo foi visitá-la. Conversaram sobre tudo. Como andava a escola, os amigos, o pipoqueiro que sempre lhes dava um pacote de pipocas de graça toda sexta dizendo "Para os dois pombinhos" fazendo com que a face de Maria Clara ruborizasse numa fração de segundos.
Até que Gustavo beirou um assunto que nada agradou Mara Clara. Algo sobre uma outra garota. Depois de descrevê-la com todos os detalhes, confessou à Maria Clara que devia estar apaixonado.
Um formigamento, que veio desde os pés até a garganta, tomou conta de Maria Clara. A menina não sabia porque ma ssua garganta doía, como se alguém a estivesse segurando, mas só então reparou que ninguém mais segurava do que ela própria. A tristeza condensada em choro ficara presa. E Maria Clara podia sentir que logo seus olhos a condenariam e Gustavo perceberia que ela iria chorar. Foi salva pela mãe do menino que aparecera para buscá-lo.
Despediram-se. A menina, sozinha no quarto, pôs-se a chorar, enxugando as lágrimas no travesseiro. Apesar de querer chorar mais, já não havia mais lágrima, e logo a dor na garganta voltou num sentido contrário, quando se quer chorar, se pode chorar, mas não se têm mais lágrimas para tal.
Adormeceu. No outro dia, ainda abatida voltou à vida normal. Continuou a falar com Gustavo evitando tocar no assunto que não queria, apesar do garoto sempre trazer à tona.
"Maria Clara?" insistia o professor. "Are you Ok?"
Maria Clara, triste que estava, só pode dizer uma coisa
"I don't know" caíndo-lhe assim uma lágrima pelo rosto, logo enxugada pela manga da blusa.
Como é dura a dor de um primeiro não.
"Repeat, Mary Claire! Repeat!" mas ela não repetia. Seguia olhando com jeito de quem não sabe bem o que faz na hora em que todos eperam que se faça algo. Caiu em si e disse olhando para o livro que o professor segurava
"I don't know". O professor, constrangido, perguntou à menina
"Are you ok, Mary Claire?"
"Yes" repondeu com um sorriso envergonhado, evitando os olhares fortuitos dos colegas, e assim findando suas únicas opções de resposta que aprendera até então. Não entendia bem o sentido das duas, mas sabia que ambas trariam à face do professor uma certa expressão de satisfação, ou mesmo desistência, traduzida para muitos também como satisfação. Na outra aula não compareceu. E nem na outra.
Voltou certo dia. Sentou-se na cadeira, ao passo que já perguntava o professor "Marie Claire! Are you ok?"
Maria Clara, que até hoje não entendia bem porque seu professor insistia em chamá-la por um outro nome, respondeu com o mesmo sorriso "Yes".
O professor, vendo que alguma coisa estava errada insistiu "Are you ok, Maria Clara?"
Ao ouvir seu nome, levantou-se quase que de um susto. Mais uma vez não estava alí.
Estava em outro lugar. Verdade era que Maria Clara pensava só numa coisa. Gustavo.
Era o nome que vinha em sua mente. E aqueles últimos dias não haviam sido nada alegres para a menina. Não sabia ao certo o que sentia, mas sabia que era algo novo, totalmente novo. Apaixonou-se por Gustavo no instante em que o viu. Sentara à sua frente na sala de aula, e desde então Maria Clara só teve olhos para ele. Quanto mais o conhecia, mais apaixonada ficava. E viraram amigos, e dessa amizade, corroía dentro do coração de Maria Clara um amor febril. Um amor sutil.
Daqueles que te pegam desprevinidos e te fazem suspirar sem motivo. Olhar pruma árvore e sentir vontade de abraçá-la. Daqueles que te fazem esboçar leve sorriso no canto da boca e sentir o vento no rosto sem se preocupar se os cabelos desarrumados vão ficar. Mas Gustavo, esse não se sabia se sentia algo ou não.
Aconteceeu que Maria Clara amou tanto que certo dia ficou doente. Faltou à ecola, e às aulas de inglês. Ninguém sabia ao certo o que se passava com a menina, nem mesmo ela, face à novidade. Sua mãe dava-lhe dos mais variados remédios e nada da menina melhorar.
Foi quando, no segundo dia, Gustavo foi visitá-la. Conversaram sobre tudo. Como andava a escola, os amigos, o pipoqueiro que sempre lhes dava um pacote de pipocas de graça toda sexta dizendo "Para os dois pombinhos" fazendo com que a face de Maria Clara ruborizasse numa fração de segundos.
Até que Gustavo beirou um assunto que nada agradou Mara Clara. Algo sobre uma outra garota. Depois de descrevê-la com todos os detalhes, confessou à Maria Clara que devia estar apaixonado.
Um formigamento, que veio desde os pés até a garganta, tomou conta de Maria Clara. A menina não sabia porque ma ssua garganta doía, como se alguém a estivesse segurando, mas só então reparou que ninguém mais segurava do que ela própria. A tristeza condensada em choro ficara presa. E Maria Clara podia sentir que logo seus olhos a condenariam e Gustavo perceberia que ela iria chorar. Foi salva pela mãe do menino que aparecera para buscá-lo.
Despediram-se. A menina, sozinha no quarto, pôs-se a chorar, enxugando as lágrimas no travesseiro. Apesar de querer chorar mais, já não havia mais lágrima, e logo a dor na garganta voltou num sentido contrário, quando se quer chorar, se pode chorar, mas não se têm mais lágrimas para tal.
Adormeceu. No outro dia, ainda abatida voltou à vida normal. Continuou a falar com Gustavo evitando tocar no assunto que não queria, apesar do garoto sempre trazer à tona.
"Maria Clara?" insistia o professor. "Are you Ok?"
Maria Clara, triste que estava, só pode dizer uma coisa
"I don't know" caíndo-lhe assim uma lágrima pelo rosto, logo enxugada pela manga da blusa.
Como é dura a dor de um primeiro não.
Ouvindo Los Hermanos em "Condicional":
"...Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem..."
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