Os homens
Caíram quando descobriram que perderíam seus poderes. Foi numa tarde de domingo.
Estavam todos reunidos na famosa sala de reuniões quando o chefe chegou.
Olhou para todos com um ar de arrogância e pena e disse "A partir de amanhã vocês não terão mais poderes!" e saiu da sala deixando todos com dúvidas.
Era inconcebíbel que ficassem sem seus poderes. O que seria deles?
Alguma piada do chefe, provavelmente.
Estavam errados. Na segunda-feira foram obrigados a fazer o máximo de esforço para as mínimas obrigações.
Tiveram de dirigir, lavar a louça, limpar a casa, trabalhar de verdade, pegar ônibus e cuidas dos bebês. No começo até pareceu divertido mas passadas duas semanas um deles se levantou e disse "Até quando, chefe? Não agüentamos mais!"
Desse, não se ouviu falar por um bom tempo.
E seguiram suas vidas. Seus cotidianos. Suas rotinas.
Estavam para bolar um plano, algo que trouxesse seus poderes de volta, mas tudo devia ser bolado na mais secreta movimentação. Ninguém deveria suspeitar.
O que não imaginavam é que sua rede de informações fora quebrada desde o início e dentre eles havia um traidor que, a mando do chefe, espionáva-os e reportava um boletim semanal sobre os acontecimentos.
Estava tudo preparado. Entrariam na sala de reuniões e roubariam o elixir do poder. Uma garrafa que se encontrava no centro da sala e aquele que bebesse do líquido nela contido teria seus poderes de volta.
Não podiam aceitar essa vida rotineira. Vida sem graça.
Não suportavam a idéia de dedicar um terço de suas vidas aos filhos, outro terço ao trabalho e outro terço à velhice. Era doloroso demais pensar nisso.
A única escapatória era terem seus poderes de volta.
Com muita dificuldade e depois de subornar alguns guardas, conseguiram entrar na sala de reuniões. O líder, que era o mais forte, pegou a garrafa.
Ia levar para os amigos quando um estrondo forte cruzou a sala confundindo-se com o espatifar da garrafa no chão. De trás do líder que estava caído no chão, provavelmente morto já que não tinha mais poderes, surgia o chefe com uma arma na mão e um sorriso no rosto. Outro tiro. E lá ia o traidor para o chão, sem que os outros soubessem que esse era o traídor.
Apavorados, todos assistiam à cena abismados. Sabiam que o fim estava próximo, mas só não entendiam o porquê.
Chegaram a pensar (pensavam em conjunto): "Morrer sem propósito é melhor que viver sem própósito?". Pensaram e decidiram.
Prostaram-se diante do chefe decididos a morrer.
Porém o chefe não se comoveu com tal atitude e deixou que vivessem.
Talvez se tivessem algum propósito para morrer, mas não tinham, e foram fadados a viver.
Estavam todos reunidos na famosa sala de reuniões quando o chefe chegou.
Olhou para todos com um ar de arrogância e pena e disse "A partir de amanhã vocês não terão mais poderes!" e saiu da sala deixando todos com dúvidas.
Era inconcebíbel que ficassem sem seus poderes. O que seria deles?
Alguma piada do chefe, provavelmente.
Estavam errados. Na segunda-feira foram obrigados a fazer o máximo de esforço para as mínimas obrigações.
Tiveram de dirigir, lavar a louça, limpar a casa, trabalhar de verdade, pegar ônibus e cuidas dos bebês. No começo até pareceu divertido mas passadas duas semanas um deles se levantou e disse "Até quando, chefe? Não agüentamos mais!"
Desse, não se ouviu falar por um bom tempo.
E seguiram suas vidas. Seus cotidianos. Suas rotinas.
Estavam para bolar um plano, algo que trouxesse seus poderes de volta, mas tudo devia ser bolado na mais secreta movimentação. Ninguém deveria suspeitar.
O que não imaginavam é que sua rede de informações fora quebrada desde o início e dentre eles havia um traidor que, a mando do chefe, espionáva-os e reportava um boletim semanal sobre os acontecimentos.
Estava tudo preparado. Entrariam na sala de reuniões e roubariam o elixir do poder. Uma garrafa que se encontrava no centro da sala e aquele que bebesse do líquido nela contido teria seus poderes de volta.
Não podiam aceitar essa vida rotineira. Vida sem graça.
Não suportavam a idéia de dedicar um terço de suas vidas aos filhos, outro terço ao trabalho e outro terço à velhice. Era doloroso demais pensar nisso.
A única escapatória era terem seus poderes de volta.
Com muita dificuldade e depois de subornar alguns guardas, conseguiram entrar na sala de reuniões. O líder, que era o mais forte, pegou a garrafa.
Ia levar para os amigos quando um estrondo forte cruzou a sala confundindo-se com o espatifar da garrafa no chão. De trás do líder que estava caído no chão, provavelmente morto já que não tinha mais poderes, surgia o chefe com uma arma na mão e um sorriso no rosto. Outro tiro. E lá ia o traidor para o chão, sem que os outros soubessem que esse era o traídor.
Apavorados, todos assistiam à cena abismados. Sabiam que o fim estava próximo, mas só não entendiam o porquê.
Chegaram a pensar (pensavam em conjunto): "Morrer sem propósito é melhor que viver sem própósito?". Pensaram e decidiram.
Prostaram-se diante do chefe decididos a morrer.
Porém o chefe não se comoveu com tal atitude e deixou que vivessem.
Talvez se tivessem algum propósito para morrer, mas não tinham, e foram fadados a viver.
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