sábado, julho 30, 2005

Liberdade Por Libido

Aqueles instantes que virariam horas.
Por quase uma hora se seguiu.
Os dedos receosos acariciavam o corpo feminino a Ele preso.
Presos por correntes invisíveis. Correntes de tensão e de prazer.
Os beijos molhados que iam dos lábios ao sempre sensível pescoço.
O prazer.
Enquanto uma mão apertava, a outra contornava suavemente trechos ainda não avaliados.
Havia o receio.
O que era contorno tornou-se um todo.
Os seios tocados traziam a sensação de prazer e liberdade.
Liberdade.
Liberdade que sempre esteve ligada ao prazer.
Sentia-se livre para percorrer outros trechos.
Percorreu. Libertou-se.
Dedos fustigados iniciavam sua nova rota.
Ainda havia certo receio.
Seus lábios desciam além do pescoço.
Aqueles dedos outrora fustigados e receosos dançavam em torno do ventre ainda coberto pela malha da calça. E novamente o que era contorno tornou-se um misto ainda maior de gozo, prazer e, claro, liberdade.
As duas figuras se despedem... Desfrutaram de suas liberdades...
Ainda teriam muito a desfrutar.
Ela o tem sem que Ele queira. Ele a Ela nunca terá.
Não há novidades no prazer e na liberdade que Ela encontrou.
Para Ele o mundo é novo.
Ele lembra e sorri...
Relembra e põe-se a chorar...
Um dos maiores riscos da liberdade e do prazer sem compromisso é o amor.
O risco do amor.
Põe-se a chorar...

Ouvindo Ná Ozzetti e André Mehamri em Nosso Amor: "Nosso amor
Se tornou uma história singular...É só calor e se calar...É só compor sem cantar...Nosso amor se espreguiça...Só quer vadiar...Vai passando os dias sem se entediar...Uma das dúvidas típicas...Que ficam no ar...Como que um amor que não quer nada pode continuar?"


e também...
Com os mesmos intérpretes Luz Negra: "Sempre só...E a vida vai seguindo assim...Não tenho quem tem dó de mim...Estou chegando ao fim...A luz negra de um destino cruel...Ilumina o teatro sem cor...Onde estou representando o papel...De palhaço do amor"