segunda-feira, janeiro 07, 2008

"Ontem de manhã quando acordei, olhei a vida e me espantei..."

Dia desses entrei para a casa dos vinte.
Foi interessante, mas só cheguei à conclusão de que tinha completado vinte anos hoje.
Não sei por quê. Deu na telha... Acordei com aquele sentimento de sei lá, maturidade. Deve ter sido o sonho que tive. Foi bobo. Tinha a ver com o filme que assisti antes de dormir. Era um em que um sessentão namorava só menininhas com menos de trinta até que ele encontra a mãe de um de seus casuais casos e os dois começam a sentir uma certa afinidade. A mãe é durona. Quebrou há um tempo a casa dos cinqüenta, está divorciada e também há um tempo não sabe o que é se relacionar com alguém do sexo oposto.
Aparece, é claro, o médico bonitão e vinte anos mais novo que a cinqüentona e completamente apaixonado por ela. E não, o médico não termina o filme se apaixonando pela filha da mulher que ele amou durante o longa inteiro.
De qualquer modo, o filme é muito sublime. Trata dum tema manjado, relações, só que no âmbito das pessoas já vividas. Aquelas que já sofreram bastante com trabalho, estudo, amores e agora só querem manter a vida, e deixa um mensagem bem clara: "Se é para amar, ame pra valer, não importa o quanto você vá sofrer."
A questão é que muitos ligam "amar" ao ato de azucrinar a pessoa amada, ficar no pé e não deixá-la em paz. O filme deixa subentendido que se você vai amar alguém e quebrar a cara, por favor, faça-o com elegância.
Chore pra valer, mas ninguém precisa ficar vendo. E se for pra chorar na frente de quem ama, que seja algo sincero e não histérico.
Se é histérico, não é amor.
Mas quem sou eu pra falar de amor?
Nem velho sou, nem mulher eu sou. Essas sim devem saber de amor, mas é claro, só as elegantes.
E bate uma bossa nova na mente. Aquela batidinha sofrida, aquele canto doído que diz que "o amor é a coisa mais triste quando se desfaz..."
Talvez por isso o filme me tocou tanto. Bateu aquele sentimento saudosista e comtemplativo de que só os velhos sabem amar. Só eles são maduros para tal. Serão?
Bate um medo vez ou outra.
Entrei nesses vinte como que pulando de um abismo e com medo de que as asas não funcionem, e mesmo que assim o fizerem, derretam perto do Sol.
Os vividos conformados dirão "Você não viveu nada, ainda tem muito pra viver, mas isso vai num minuto!" e os jovens sedentos e inconseqüentes dirão lá de baixo "Mas só agora você vai pular do abismo?"
E eu ficarei dividido entre a imaturidade dos maduros e a assim dita maturidade dos imaturos.
Vou pular e ver no que vai dar.
Mas se eu me estrepar,

Estrepo-me com classe!

E vamos aos vinte!


Ouvindo "Vinte anos blue":

"...eu tenho mais de vinte anos
e eu tenho mais de mil perguntas
sem respostas
estou ligada num futuro blue..."


PS: O tal do filme