quinta-feira, agosto 25, 2005

Metalinguagem...

Pois quem és tu, criatura?
Perguntou o homem senil que lia tranquilo na praça.
Sou Metalinguagem
Respondeu o poema.
Parece mais um poema
Pois sou poema, só que Metalinguagem
Poesia?
Não, poema.
Se fosse então prosa?
Ainda seria metalinguagem.
És romântico, parnasiano ou realista?
Sou poema, meu caro, Metalinguagem.
Moderno, concreto ou contemporâneo?
Metalinguagem.
Estás sofrendo? Estás feliz?
Tristeza e felicidade me formam, senhor.
És a alma de quem escreve?
Sou linguagem... Metalinguagem...
Tens medo? Ama? Odeia?
Sou o que me forma.
Como?
Sou palavra feita para descrever a palavra...
Então és...
Metalinguagem...
Agora vejo que sou parte de ti e és parte de mim.
Somos ambos Metalinguagem.
Não vamos nos demorar.
Estamos longos.
Não passamos de pensamentos efêmeros...
Saídos da mente de alguém...
Somos isso e aquilo...
Somos tudo...
Metalinguagem...
Enfim...
O fim...


Ouvindo "Trenzinho Caipira" do grande Heitor Villa Lobos...