quarta-feira, agosto 31, 2005

Maiêutica das Rosas...

Não me encontre num momento impróprio para sorrir,
porque hei de chorar.

Como no clichê da Rosa.
Sou Rosa que aparenta beleza quando quer,
quando não, machuca com seus espinhos.

Sou tão clichê,
sou todo blasé...

Num desespero alucinado,
quero me jogar para de repente ficar calado.
E numa branda lucidez,
mantenho a solidez.

Quero te ver sorrir.
Comigo...
Como num clichê maior,
seu sorriso me entorpece,
mas teu coração não aparece.

Sou tão clichê,
sou todo blasé...

Quero fugir.
Deixar de ser Rosa,
desclichear...

Quero de repente parar...
E para lá saltar.

Quero ver a Rosa nascer,
do impossível chão.
Quero nascer e deixar de ser tão...

Eu.



Ouvindo "A Ilha" com Chico Buarque: "Um facho de luz... Que a tudo seduz por aqui... E um cheiro de amor...Empestado no ar a me entorpecer... Porque seu coração é uma ilha... A centenas de milhas daqui..."