sexta-feira, outubro 28, 2005

Egocentrismo amoroso está em moda...

Saco...

Não me perguntem o por quê...
Desculpe por não da rmaiores esclarecimentos...
Eu só quero gritar bem alto "Saaaaaaaaaaaaaaaaaaaaco!!!"
E vários outros palavrões e palavras de baixo calão possíveis!

Destesto demonstrar isso mas um coração leviano como o meu não sabe esconder o que sente...
Na verdade sabe sim... Aliás... Nem é tão profundo o que sinto...
É só...
Só foi um saco...
Conversas mal resolvidas e consequentemente mal terminadas são terríveis mas às vezes fazem a gente pensar... Deixa a gente com a cabeça fresca...
Daí a gente calcula o que dizer depois... E acaba dizendo outras coisas sem sentido...

Enfim...
Já melhorei depois desse leigo desabado...

Até...

domingo, outubro 23, 2005

Hoje Votei...

Acordei cedo (8:30), escovei os dentes, coloquei uma roupa de domingo, arrumei o cabelo e fui tomar café.
Dia nublado. Dias de eleição são sempre chuvosos.
Claro, hoje não passava dum referendo.
Deixei meus pais tomando café e conversando sobre o "SiM" ou o "NÃO!", peguei minha chave, meu título e fui para a escola que fica próxima à minha casa.
Havaianas no pé fui pensando todo o caminho. Os olhos ainda um pouco inchados devida noite mal dormida.
Seria rápido. Era só apertar dois botões. Tão rápido.
Quando era criança gostava de ir com a minha mãe na escola em que ela votava, hoje ela vota na mesma que a minha, perto de casa.
Eu não ligava em pegar fila com ela. Apesar de alguns mesários não deixarem, eu sempre ia até a urna com ela. Isso claro quando eu era criança. Nas eleições de 2002 eu queria muito votar mas não votei por não ter idade. Nem acompanhei minha mãe.
Engraçado como quando a gente é criança, se votássemos, votaríamos em quem nossos pais votam. Desde criança eu adorava defender ou falar mal de candidatos na escola. Defendendo sempre, é claro, aqueles pelos quais meus pais votavam.
Os ânimos até se exaltavam dentro da sala. Loucura então era quando algum professor decidia fazer uma "mini-eleição" dentro da sala de aula. Olha só!
Era aluno defendendo o Maluf de um lado e eu metendo o pau de outro.
Se meus pais votassem no Maluf eu o defenderia, é claro, sem dúvida...
Mas hoje é diferente...
Hoje o pau come solto dentro de casa mesmo.
É pai votando num, mãe noutro, e irmãos nalgum qualquer.
Eu bem sei que o melhor a fazer nessas épocas em que as decisões ficam divididas e os ânimos exaltados é se abster de qualquer opinião. Manter o seu voto secreto.
Mas quem não gosta duma boa discussão?
Ok! Esses dias eu quase não discuti com ninguém sobre votar afirmativa ou negativamente.
Aliás eu me senti um estranho no ninho da classe média amedrontada.
Creio que das pessoas que conheço, tirando irmãos e pais, três amigos votaríam "SiM".
Eu até evitava deixar cair nesse assunto com muita gente, mas alguém sempre dizia "Vai votar em quê?"
Eu prefiro ver a opinião da maioria antes de dizer minha opinião. Isso para não correr o risco de ser linchado.
Às vezes mentia dizendo que não votava ainda, ou mudava de assunto, mas alguém sempre falava "Vote NÃO hein, Cayo! Seus direitos estão em jogo!"
Direitos?
A propaganda do não foi esperta, admito, em cutucar a classe média. Porque nós adoramos dizer que temos direito a tudo.
Outro fator importante foi injetar medo na população.
"Agora o ladrão terá certeza que você não tem armas"
Essa política do medo é ridícula, para não dizer, com o perdão da ironia, medonha!
Daí você se pergunta "Esse cara votou SiM então?"
Pois é... Votei...
Mas não foi pela vida nem pelo discursinho insosso da frente pelo SiM.
Votei para não votar não. Não votei NÃO porque não aguento essa visão conservadora estúpida que foi incutida na população através do medo.
Direitos?
Dá vontade de rir e chorar.
Fora as pessoas que votam NÃO pensando ser uma decisão revolucionária contra o SiM?
Por que não anula logo?

O NÃO ganhará, isso é evidente.
Com 80% dos jornais do Brasil estampando na capa uma vantagem massiva do NÃO sobre o SiM um dia antes do referendo isso fica mais que claro.

Um dos maiores jornais de São Paulo destaca:

"Datafolha aponta vitória do "não" com 57% no referendo"

Claro que ninguém liga pra essa outra nota:
"O Datafolha ouviu 2.086 pessoas entre as últimas quinta e sexta-feira, em 151 municípios de todo o país."

Engraçado. O país tem cerca de 185.000 de pessoas... =/
A mídia me dá medo.

Ótimo. Não abriremos mão de mais um direito.
Agora posso dizer que tenho direitos de cidadão.
Acho que vou fazer uma consulta gratuita num hospital público no mesmo dia, já que também é meu direito.
Melhor! Que tal matricularmos nossos filhos nas melhores escolas da região? Também é nosso direito.
Pegar o ônibus de graça quem sabe. Metrô seria legal...

Chega... Cansei de escrever... Nem meu voto, nem o seu, nem minhas palavras num blog dentre milhões mudarão o Brasil...

Abraços, brasileiros com direitos...



PS: Assistam "O Senhor das Armas" e "Tiros em Columbine"...

terça-feira, outubro 11, 2005

Devaneador...

Subindo a rua pude sentir o vento gélido da noite que me envolvia.
Aquele clima de véspera de feriado enchia a rua de pessoas em pontos isolados. Num lado, jovens bebendo e fumando enquanto que do outro garotas conversavam. Havia também um grupo de sonhoras que trouxeram cadeiras para fora e ficaram jogando conversa pro ar.
Apesar de fria, a noite trazia um sentimento caloroso. Como um abrigo escuro que nos mantinha vivos. Dobrei a esquina e comecei a subir outra rua. Uma ladeira escura e estreita. Aparentemente ameaçadora, mas a noite não me assustava.
Entrei em casa. A porta estava aberta. Fui até a sala e descobri que não estava sozinho no ambiente. Virei-me e suspirei.
Então é você, disse eu, o que faz até tão tarde me esperando?
Quantas vezes já lhe disse para não sair por aí sem minha permissão?, enfureceu-se.
Ora você sabe muito bem onde fui e que horas chegaria, respondi.
Foi bom?
Ótimo, repondi, a noite me aconchegou muito bem. A cidade estava linda. Luzes por toda parte, pessoas, carros, buzinas, shows... Toda aquela movimentação. Todos pareciam tão felizes.
E você?, perguntou já sabendo a resposta.
Eles nunca ligam muito pra mim. Mas a noite foi ótima. Você devia ir também qualquer dia desses.
Você sabe que de uma forma ou de outra eu também estou lá.
E porque toda essa irritação comigo?, perguntei.
É que você some às vezes. E sai do meu controle. Já parou pra pensar no que você é sem mim?
Evitei pensar nisso já que cairia numa outra crise. Admirei a noite que lá fora me chamava mas que não me podia ter novamente. Virei o rosto.
Olhei no fundo dos olhos dele e num lance de segundo estava meu reflexo em sua íris. Já não era mais meu reflexo e sim a mim mesmo. Reflexo.
Levantou-se, trancou a porta, virou-se e contemplou a escuridão que acolhia a sala.
Solitário, desolado e triste, voltou para sua poltrona e caiu em novo sono.

Um devaneador...



Ouvindo um pouco de Chico Buarque...

Obs: Perdoem-me pela certa repetição no tema abordado deste post, mas é que eu não resisti... =/
Devanear para não parar...

sábado, outubro 01, 2005

A Fenda...

Sou improdutivo tanto nos momentos de tristeza quanto no de felicidade.
Se estou feliz, escrevo clichês
Se fico triste, escrevo clichês deprimentes.
Só produzo quando me encontro no espaço que há entre a tristeza e a felicidade. Esse espaço não tem nada de mágico. Lá eu simplesmente estou em contato com tudo que vivo, vivi e hei de viver. Lá encontro outros poetas e escritores. É somente lá que consigo escrever do jeito que nasci para escrever, não do jeito que vi escreverem.
Esse espaço não tem nome, mas você provavelmente já esteve no seu próprio.
A questão é entender que aquele momento em que felicidade e tristeza mesclam-se de modo que não são mais sentimentos antagônicos, muito menos parecidos. São só palavras pedindo para serem pregadas num plano em que se possa escrever.
É lá que produzo.
Fico extremamente feliz por saber que cheguei à toda essa conclusão num momento de profunda tristeza.



Ouvindo "Como Nossos Pais" composta e interpretada pr Belchior: "Ainda somos os mesmo e vivemos como nossas pais..."