sábado, dezembro 30, 2006

As Imagens Que Falam...


A vila do sossego...


O santuário...


O novo ano...

Abraços!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Súbitas,
Short Cuts,
Rapide.

Quinto andar

A criança que brincava no tapete perguntou ao adulto se era normal tudo aquilo que viam na tevê. O adulto, preso que estava ao aparelho, respondeu que sim.
A criança, sonhadora que era, levantou-se, foi ao quarto, puxou uma cadeira e pulou da janela.


Medo de amar

O homem, meses depois, ao dizer à mulher "Eu te amo"
sentiu logo um abraço mais forte certeiro.
A mulher, um mês depois, ao dizer ao homem "Eu te amo"
sentiu logo um empurrão.
O homem morreu solteiro.
A mulher morreu do coração.


O mal que cura

Por saber que não devia repetir tais gestos e palavras na frente de adultos, a criança reproduzia na frente dos colegas. Como numa epidemia, as frases "tomá no cú" ou "si fudê" seguidas de dedos-do-meio, tomaram conta do colégio.
No início, era uma epidemia controlada, as crianças fizeram-se saber por meio da primeira transmissora que caso dissessem ou fizessem tais coisas na frente dos adultos seriam punidos sabe-se lá com quais castigos.
O pior veio quando por descuido, ao ver uma nota baixa, uma criança disse algo que aos ouvidos atentos da nova professora, que era velha, soou como um tambor.
"Pra diretoria" ordenou de uma vez a nova professora, que era velha, esticando o braço enrugado que apontava para a porta. Ao sair, a criança, que já não via mais como escapar, gritou, para deleite dos colegas "Si fudê", mostrou o dedo-do-meio e correu para o banco do corredor.
A professora se sentou sussurrando pra si "Filho da puta..."


Ouvindo Jorge Ben em "Por causa de você, Menina":

"...Pois você passa e não me olha
Mas eu olho pra você
Você não me diz nada
Mas eu digo pra você
Você por mim não chora
Mas eu choro por você..."