quarta-feira, agosto 31, 2005

Maiêutica das Rosas...

Não me encontre num momento impróprio para sorrir,
porque hei de chorar.

Como no clichê da Rosa.
Sou Rosa que aparenta beleza quando quer,
quando não, machuca com seus espinhos.

Sou tão clichê,
sou todo blasé...

Num desespero alucinado,
quero me jogar para de repente ficar calado.
E numa branda lucidez,
mantenho a solidez.

Quero te ver sorrir.
Comigo...
Como num clichê maior,
seu sorriso me entorpece,
mas teu coração não aparece.

Sou tão clichê,
sou todo blasé...

Quero fugir.
Deixar de ser Rosa,
desclichear...

Quero de repente parar...
E para lá saltar.

Quero ver a Rosa nascer,
do impossível chão.
Quero nascer e deixar de ser tão...

Eu.



Ouvindo "A Ilha" com Chico Buarque: "Um facho de luz... Que a tudo seduz por aqui... E um cheiro de amor...Empestado no ar a me entorpecer... Porque seu coração é uma ilha... A centenas de milhas daqui..."

quinta-feira, agosto 25, 2005

Metalinguagem...

Pois quem és tu, criatura?
Perguntou o homem senil que lia tranquilo na praça.
Sou Metalinguagem
Respondeu o poema.
Parece mais um poema
Pois sou poema, só que Metalinguagem
Poesia?
Não, poema.
Se fosse então prosa?
Ainda seria metalinguagem.
És romântico, parnasiano ou realista?
Sou poema, meu caro, Metalinguagem.
Moderno, concreto ou contemporâneo?
Metalinguagem.
Estás sofrendo? Estás feliz?
Tristeza e felicidade me formam, senhor.
És a alma de quem escreve?
Sou linguagem... Metalinguagem...
Tens medo? Ama? Odeia?
Sou o que me forma.
Como?
Sou palavra feita para descrever a palavra...
Então és...
Metalinguagem...
Agora vejo que sou parte de ti e és parte de mim.
Somos ambos Metalinguagem.
Não vamos nos demorar.
Estamos longos.
Não passamos de pensamentos efêmeros...
Saídos da mente de alguém...
Somos isso e aquilo...
Somos tudo...
Metalinguagem...
Enfim...
O fim...


Ouvindo "Trenzinho Caipira" do grande Heitor Villa Lobos...

quarta-feira, agosto 17, 2005

E lá se foram...

Numa feira qualquer de São Paulo.
O barulho de uma moeda caindo é percebido.
Uma senhora deixara o pequeno valor monetário embutido naquele pedaço de aço e níquel escorregar de suas mãos. Idade avançada. Se fosse nos velhos tempos teria buscado furtivamente por sua moeda, ou melhor, algum cavalheiro disporia seu tempo para recuperar a moeda que corria pela rua.
O garoto acabara de comer um pastel e um caldo de cana.
Na realidade foram dois pastéis, um copo de caldo de cana e logo em seguida seu copo foi novamente preenchido com a mais doce e, segundo seu avó, nutritiva garapa.
Seus olhos correram pela rua seguindo o metal.
Vinte e cinco centavos.
A senhora já desistira de procurar.
O garoto pegou a moeda e chamou a velhinha que estava de costas para ele.
A figura idosa, frágil, de alvos cabelos, óculos de armação grossa e olhos claros se espantou. Pegou a moeda e disse:
"Ninguém faria isso hoje em dia. Obrigada. Você é um anjo."
Desconcertado, porém feliz, o garoto foi embora.
O impacto que o olhar da velhinha me causou foi enorme.
Será que nos tempos dela alguém entregaria sua moeda?
O garoto poderia muito bem ter pegado o dinheiro ir embora... Ou simplesmente ir embora.
O garoto não será bonzinho para todo o sempre.
Era inocente.
Infelizmente nasceu num mundo que não foi feito para inocentes.
O ser humano me dá arrepios, calafrios, suspiros ou alegrias.


Pós Post:
Perdi todo o fio da meada...
às vezes acho que só preciso de alguém que diga "Cayo, eu gosto de você pelo que você é, e não pelo que está..."
Alguém que eu saiba que me ama mas que não deixe isso claro...
Dormir é a melhor solução para esse momento depressão...

quinta-feira, agosto 11, 2005

Pelos momentos...

Estava ele
Distraído
Pelas ruas
Não era ouvido
Seria olvido

Um jovem deprimido
Estava lá e não sabia
Mas seu coração
Cheio de alegria
Vivendo a tôa
A vida era boa...

Amor perdeu
Amor ganhou
O que era seu
Ninguém achou

Nunca guardou
Magoou
Desencanou
Deseperou
Perdoou
Arrepedendeu
Arrebentou
O coração de quem te amou...

O jovem segue tranquilo na rua da vida
Essa rua tem buracos
Tem montinhos tem lombadas

Adora bolar metáforas...
A tôa!
Vida boa!
Êta medo que o futuro dá!
Minha própria Pasárgada!
Que vontade de ir pra lá...



Ouvindo Preciso Me Encontrar com Cartola: "Deixe-me ir, preciso andar...Vou por aí a procurar...Rir pra não chorar...Quero assistir ao sol nascer...Ver as águas dos rios correr...Ouvir os pássaros cantar...Eu quero nascer, quero viver..."

sábado, agosto 06, 2005

Amantes do Modernismo

Da série "Vamos plagiar o Modernismo"

Poema das Minhas Faces

Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai Cayo! ser gauche na vida.
(...)
Mundo mundo vasto mundo,
Se eu me chamasse Raimundo
seria apenas um plágio, não seria solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.


Da série "Vamos Brincar de Modernismo"

Poema das Duas Faces

Cara
Coroa
Cara
Coroa
Cara
Coroa
Poucos Caras querem ser Coroas
Mas muitos Coroas dariam tudo para voltarem a ser Caras...


Da Série "Relembrando o Passado"


Frida Kahlo e Diego Rivera


Os piores erros que Frida Kahlo, Camille Claudel, Patrícia Galvão, Simone de Beaviour entre outras foram se apaixonar respectivamente por Diego Rivera, Auguste Rodin, Oswald de Andrade, Jean Paul Sartre e outros homens não tão bons quanto elas...

Da Série "Acabou o Post"

Medo da Vida... Do que vem e do que vai...
Medo da vida que vem e que vai..."Mas nada disso importa... Vou abrir a porta pra você entrar..."

Abraços e até...